segunda-feira, 30 de agosto de 2010
mais uma vez.
Cheguei em casa arrasada. Arranquei aquela roupa ridícula que mostrava todo aquele corpão que andei cultivando e joguei aquelas botas ridículas o mais longe que eu pude. Coloquei, querendo morrer, meu pijama de ursinhos: enquanto isso ele comia duzentas mulheres que certamente usavam roupinhas mais sexy, tá exagero, uma só para falar a verdade. No andar de cima escuto o cachorro das minhas vizinhas latir. Que fim triste para essa mulher de maquiagem borrada e coração dilacerado. Enquanto isso ele devia estar encoxando a puta que também latia (e com muita sorte minha também era peluda). Mais uma vez a velha e boa sensação de que o mundo todo é lindo, o mundo todo é desejado, o mundo todo se diverte, o mundo todo vibra, trepa, goza, brinca, ama, festeja, acontece, se dá bem… e eu continuo feia, brega, renegada, com teias de aranha, sozinha e no escuro.
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