segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Vocação pra solidão.

Hoje sei que não é possível esquecer ninguém, por mais que se tente. Na verdade é  o maior dos paradoxos: a gente sempre se lembra de esquecer. É uma ferida, um recalque que se torna aparentemente incurável. E é ridículo, não condiz mais com quem eu sou hoje em dia. E a gente sente essa vontade de esquecer por ‘n’ motivos, geralmente relacionados a desentendimentos, brigas ou simplesmente por que o que havia acabou. Os motivos vão desde algo besta como ‘não gostei do que você disse/fez/insinuou’, algo mediano como hostilidade gratuita advinda de TPM até coisas “graves” como traição, etc (apesar de eu não acreditar em traição, mas aí é outro post). A diferença é que, quando eu era mais nova, o custo de se adaptar às situações e às pessoas pra mim era muito alto, eu não conseguia, não tinha como. Eu era inflexível e de certa forma me orgulhava disso. Hoje em dia é diferente, penso em viver com leveza e pago caro por isso, mas pago com gosto. Às vezes esforçar-se pra esquecer não vale a pena, pois é um esforço em vão.. Ainda mais quando o motivo não é dos mais fortes. É tudo uma questão de saber se comportar. A verdade é que as pessoas – de modo geral – farão o que puderem pra te machucar, às vezes conscientemente, às vezes não. Às vezes por sadismo, às vezes por defesa. É preciso saber reconhecer e fazer escolhas, entre continuar ou parar. E às vezes eu me machuco por pouco, por muito pouco e reconheço isso. E percebo que o motivo pelo qual me machuco é tão bobo, tão infantil, tão… pequeno, pobre.. Que realmente seria muito imaturo da minha parte manter isso em tão alta conta. Me preocupar com pobreza e com pequenez de algumas coisas não combina com a minha personalidade generosa. Sou generosa e expansiva sim, e também cobro pouco, mas não deve se confundir esse meu comportamento com  um deslumbre sentimental, como se todas as pessoas devessem me amar  o tempo todo  (e provar que me amam o tempo todo também) ou se apaixonarem por mim indistintamente.
Isso não existe. Nem comigo, nem com ninguém.
Todo mundo é detestável em alguns aspectos. E só não se enxerga o que é  realmente detestável em alguém quando não se vai além do que é superficial e material... O que é muito comum hoje em dia. Faz algum tempo que cansei de pessoas que se utilizam de afetos vulgares... E então, saio de determinadas cenas. E assim permaneço outras. Pra sempre.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Ao mesmo tempo que eu nunca gostei muito de pessoas que ficavam eternamente ‘na mesma’, também tive sérios problemas em lidar com pessoas inconstantes. Mas só de uns tempos pra cá que eu fui notar que, os defeitos que não gosto nos outros, eu tenho em mim mesma. Sempre falam pra gente aquela frase “olhe pro seu rabo, antes de criticar o meu” ou pior ainda “antes de me criticar, me supere” entre outras sabedorias de rodoviárias afins. Aí eu meio que ficava me culpando, “poxa, não gosto disso em fulano, mas sou igualzinha”. Aí lá ía eu tentar mudar pra ‘me encaixar’ e aí sim ‘obter o aval’ pra poder criticar o outro. Mas a coisa eu sempre falhava com isso. E nunca entendia o porquê. Mas acho que hoje, estou chegando bem perto da resposta, que na verdade não é uma resposta, mas sim, vários outros questionamentos, que levam a outros questionamentos, pois é assim que algumas coisas são de verdade... O grande lance é que, dá e não dá pra ‘mudar’. É um lance bem paradoxal mesmo. Podemos dizer sim, que várias coisas podem durar muito tempo sim… Mas também podemos dizer que nada, nada mesmo, é definitivo, nem eterno. E é preciso se contentar com essas verdades. Certa vez um cara me disse que as pessoas só mudam, de verdade, de 10 em 10 anos. Antes disso não existe mudança real, apenas alguns rascunhos de mudança. Nos expandimos e nos retraímos, seguidamente, a todo momento, todo minuto. Mas em essência, continuamos as mesmas pessoas a não ser que algo muito grave aconteça. Algumas pessoas não demonstram mudança superficial, e não mudam de forma de acordo com o humor. Outras acham que ‘são as mesmas’, quando na verdade estão muito diferentes, se formos olhar pra elas anos atrás.
Nem sei por que fico pensando nessas coisas. Acho que é o sono..
. . .

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A arte de (re)começar do zero.

Antes de qualquer coisa, é preciso coragem. E não é de pouca. Recomeçar também é pra quem não quis pensar e deixou o corpo padecer, como é o meu caso. Mas além do recomeço também há a continuidade e outros caminhos a serem seguidos, dependendo do objetivo final. O importante é viver, não parar no tempo (e muito menos querer voltar no tempo), em todos os sentidos. Por outro lado, detesto a forma que as pessoas ficam falando e nos pressionando quando estamos pra baixo, dizendo coisas como “é preciso seguir em frente” e “é preciso superar/esquecer”, quando elas não tem a mínima idéia do que sentimos e do que estamos passando. Acho isso um comportamento completamente frio e insensível. Não discordo de que seguir em frente, superar tristezas e esquecê-las é preciso, mas isso definitivamente não acontece de uma hora pra outra. Não é como passar um café: essas coisas às vezes demoram anos até se dissiparem dentro da gente, e às vezes, em alguns casos não somem nunca, permanecendo sempre lá, em algum canto, escondido, esperando apenas uma faísca pra serem reacendidas de novo. É um perigo, mas isso é humano.. Parece que não há como evitar. Começar do zero é uma arte por que nos obriga a sermos criativos com as adversidades e ainda a fazer isso da melhor forma possível. Mas recomeçar só se faz possível com uma ou várias motivações, o que é bastante. E eu já arranjei algumas. É a tal da coisa: você se planeja mal, olha a sua volta e vê que não tem nada. Existem três atitudes básicas que uma pessoa pode tomar em relação a isso: se paralizar completamente e não fazer nada; reclamar e não fazer nada; fazer alguma coisa de fato. Eu até posso ficar perdida por um tempo, mas depois volto a me achar. O problema é que eu experimento demais e, apesar disso ser positivo em vários aspectos, depois de uma época, a vida não te permite mais experimentações e toda e qualquer escolha tem um impacto bem maior do que teria se você fosse mais jovem. Eu sei que falo como uma velha às vezes, mas eu simplesmente não consigo mais pensar em curto prazo. Já até tentei, mas não deu muito certo. O jeito mesmo então vai ser começar tudo de novo.. Mas dessa vez acho que vai ser diferente.
Acho que digo isso só por que estou feliz.. Mas é verdade, estou feliz mesmo. Como há muito tempo não estava.
Coisa boa.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Não sei se o mundo é bom
Mas ele ficou melhor
Quando você chegou
E perguntou:
Tem lugar pra mim?